O coração subiu no barranco mais fácil que eu
Segurei o passo quando ia pisar em falso
pulando em uma perna só pelo chão de giz
A Saudade corta três montanhas de uma vez
neblina e descidas quietas e a placa sinaliza um pontocego
Um dia a curva devolve o menino
A bicicleta e as brincadeiras na tarde sem fim
Ele vai correr na rua a pele queimada de sol
Um sorriso na boca e palavras assim
Flor não vira borboleta no canto do quarto
Você tira uma foto das cores no horizonte
Cultivar um sonho mais presente onde a lembrança vinga
onde o poente leva um ano para virar cinzas
Que o amor se levante em qualquer madrugada
do fundo do rio agro das lágrimas
sem margem