o sono vem e vai embora
uma pequena flor desconhecida se esboça na sombra
jamais verei o seu desabotoar
a sua cor cobrirá outro jardim
mesmo nascendo mil vezes seguidas
o perfume lançado em outra brisa
mesmo que cada nascimento resista por mil anos
outros olhos ferindo o seu viço
mesmo que em mil anos o tempo se arraste
as pétalas secando num mundo não inventado
nem cogitado
sonhado
o corpo já poeira
pedra estrela
no céu sem mim sem nome
sorri na noite uma flor